Dia 189 – Hebreus 08 – 10. Jesus, Sacerdote e Mediador.
04
de
Julho
de 2019
O
resumo do que temos visto até esse momento é simples, nós temos um
“sumo sacerdote que está assentado nos céus à destra do trono da
majestade” (Hb 8.1).
A
Nova aliança não foi um “novo” plano de Deus, desde o princípio
ela era esperada, porque se a primeira aliança fosse irrepreensível,
não se teria enviado Jesus (Hb 8.7); se as pessoas conseguissem se
salvar oferecendo o sangue de animais, para que Deus enviaria seu
filho para sofrer? O sangue de bodes e touros não tem poder para
tirar pecados (Hb 10.4)
A
verdade é que tudo já estava planejado, lemos em Hebreus 8, nos
versos 8 e 9 uma citação de Jeremias 31. 31-34 onde Deus anuncia
que traria uma nova aliança; portanto, não podemos nos prender mais
aos ritos veterotestamentários.
A
antiga aliança era repleta de símbolo das coisa que aconteceriam;
nela, o sumo sacerdote entrava diante da arca uma única vez por ano,
ocasião em que oferecia sangue pelos seus pecados e pelos do povo
(Hb 9.7); Jesus não entrou em um tabernáculo terrestre, mas no
verdadeiro, não com sangue de bodes ou bezerros, mas com seu
próprio, havendo efetuado uma eterna redenção (vs 12)
Porque
se o sangue de bodes e novilhas servia para certa santificação,
quanto mais o sangue de Cristo (vs 13-14); Moisés ao anunciar a lei,
usou sangue para confirmá-la, dizendo “Este é o sangue da aliança
que o Senhor fez com vocês” (Ex 24.8); Jesus no entanto, usou seu
próprio sangue em uma nova aliança; na ceia, vemos uma repetição
das palavras de Moisés (Mt 26.28)
Todo
o sangue oferecido de animais, era um símbolo do cordeiro de Deus
que viria trazer salvação para o mundo, Jesus veio e nos ofereceu a
salvação, tornando-se um mediador entre o homem e Deus Pai (Hb 8.6
& 9.15), olhemos essa palavra mais de perto.
A
palavra grega que encontramos aqui é μεσίτης
– mesítes, seu significado no entanto é bem mais amplo do que
imaginamo, o “mesítes” era de fato um mediador; ele era alguém
que servia para interpor conflitos entre duas partes, era um
apaziguador. Vale ressaltar que dessa função era exigido um
profundo conhecimento das duas partes, ou seja, em uma hipotética
disputa entre um cozinheiro e um vendedor, o mediador precisaria ser
alguém que entendesse tanto de vendas como de cozinha, assim poderia
mediar de forma justa o conflito. Somente
Jesus poderia ser o mediador entre Deus Pai e os homens (1Tm 2.5),
pois só Jesus é Deus e homem.
Mas
o significado de “mesítes” vai além, ele também era aquele que
era usado como testemunha em um contrato, ele se responsabilizava em
fazer que ambas as partes cumprissem os seus deveres, era o “fiador”
da aliança. Jesus como mediador da nova aliança, nos garante que o
Pai cumprirá o que nos prometeu, e garante também ao Pai o nosso
cumprimento, afinal, é ele quem nos fortalece; No contexto de
Hebreus, penso ser esse o significado mais apropriado; entretanto,
ambos os significados estão em consonância com os preceitos
bíblicos.
Encerramos
hoje com uma pequena mudança de assunto, o autor nos aconselha a
seguirmos firmes em união, nos estimulando ao amor e nos
fortalecendo mutuamente, para isso, recomenda que não deixemos nossa
mútua congregação (Hb 10.25). Todo servo de Deus deve buscar
congregar com os seus irmãos. Essa ideia de cristão longe da igreja
não é bíblica; a frase “eu sou uma igreja” não encontra
respaldo nas páginas das sagradas Escrituras; devemos pois buscar a
comunhão dos irmãos, para que possamos crescer e nos desenvolver
espiritualmente.
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